Lançamento dos livros: “Negro e Vermelho” e “Os Revolucionários Ineficazes de Hobsbawm”

Retirado de http://marquesdacosta.wordpress.com/

Recentemente, a Editora Faísca publicou três livros como parte da comemoração de seus 10 anos de contribuição para o anarquismo brasileiro: Negro e Vermelho: Anarquismo, sindicalismo revolucionário e pessoas de cor na África Meridional nas décadas de 1880 a 1920Os Revolucionários Ineficazes de Hobsbawn – Reflexões Críticas de sua Abordagem do AnarquismoA Destruição do Leviatã: críticas anarquistas ao Estado. Você pode ler um pouco mais sobre cada um destes lançamentos nesta postagem da Biblioteca Social Fábio Luz:Lançamentos Faísca 2014.

Os dois primeiros terão uma atividade de lançamento no Rio de Janeiro no dia 23 de outubro. A atividade contará com falas de Rafael Viana, autor do livro Os Revolucionários Ineficazes de Hobsbawn e integrante do Núcleo de Pesquisa Marques da Costa, e de Leonardo de Souza, militante do Fórum Popular de Apoio Mútuo sobre o livro Negro e Vermelho, seguidas de debate aberto com os presentes. Durante a atividade ambos os livros serão vendidos a preços promocionais pela Cooperativa Jataí.

Dia: 23 de outubro, quinta-feira
Hora: 18:30 às 21:30
Local: SINDIPETRO – Av. Passos, 34 – Rio de Janeiro
Evento: https://www.facebook.com/events/572609609535956/?fref=ts

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Livreto “A Luta Social em Vila Isabel”

Retirado de : http://marquesdacosta.wordpress.com/

Colocamos à disposição para todos e todas o livreto lançado pelo Núcleo de Pesquisa Marques da Costa em 2011 “A Luta Social em Vila Isabel“. Este livreto foi escrito por Milton Lopes, coordenador do NPMC, e lançado em 2011 em comemoração aos 10 anos da Biblioteca Social Fábio Luz que fica localizada no Centro de Cultura Social, em Vila Isabel.

Ele aborda o histórico das lutas sociais no bairro, dando destaque para a figura de Pedro Matera e a luta dos trabalhadores da Fábrica Confiança, que hoje dá lugar ao supermercado Extra. Para baixar o arquivo em .pdf, você pode clicar na imagem abaixo ou aqui.

A chaminé outrora fumegante, da antiga fábrica Confiança, hoje desativada, eleva-se de forma imponente sobre as casas e os prédios residenciais do bairro de Vila Isabel. A cada esquina, a cada rua, cujos horizontes permitem vislumbrar o conjunto arquitetônico da antiga fábrica, somos confrontados com elementos de um passado não tão distante, que se confunde com a própria história do bairro e de seus trabalhadores.” (Contracapa por Rafael V. da Silva)

CAPA

Lançamentos Faísca 2014

Em virtude da comemoração de seus 10 anos de atividade em 2014, a Editora Faísca Publicações lançou três novos títulos que muito contribuem para o anarquismo no Brasil. Segue abaixo a descrição dos três livros já lançados.

Para adquirir os livros, é possível entrar em contato com a Faísca ou com a Cooperativa Jataí (jataicoop@gmail.com).

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Título: Os Revolucionários Ineficazes de Hobsbawn – Reflexões Críticas de sua Abordagem do Anarquismo
Autor: Rafael Viana da Silva
Ano: 2014
Páginas: 80

Neste livro, o autor reflete criticamente sobre a abordagem que Eric Hobsbawm realiza do anarquismo em seu livro Revolucionários. Contextualizando a produção do historiador marxista, Viana da Silva demonstra que suas posições, que consideram o anarquismo um fenômeno individualista e pré-político, não possuem qualquer respaldo na história. Tratam-se, mais acertadamente, de afirmações sem lastro historiográfico que visam combater o anarquismo.

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Título: Negro e Vermelho – Anarquismo, sindicalismo revolucionário e pessoas de cor na África Meridional nas décadas de 1880 a 1920
Autor: Lucien van der Walt
Ano: 2014
Páginas: 104

O presente livro examina a história inicial do anarquismo e do sindicalismo revolucionário na África do Sul, uma sociedade colonial que se industrializou no final do século XIX, e nos arredores da região sul-africana. A África do Sul era caracterizada, nessa época, por um movimento sindical militante, mas que era dividido nacional e racialmente, e pela opressão nacional das pessoas de cor, que constituíam a maioria da população. Em oposição à opressão nacional e à segregação, mas também assumindo uma posição crítica ao nacionalismo africano e de cor, os anarquistas e os sindicalistas revolucionários desenvolveram uma análise da opressão nacional cada vez mais sofisticada, recrutaram e treinaram um quadro multirracial, formaram sindicatos gerais pioneiros e revolucionários entre as pessoas de cor e continuaram a influenciar o movimento regional de trabalhadores, brancos e negros, e a esquerda, em geral, após a formação do Partido Comunista da África do Sul (South African Communist Party – CPSA) em 1921.

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Título: A destruição do Leviatã: críticas anarquistas ao Estado
Autor: João Gabriel da Fonseca e Marcos Ataides (org.)
Ano: 2014

Já está disponível para a compra um novo título em comemoração aos 10 anos da Faísca. Este livro é fruto de múltiplas mãos: todas elas insurgentes e debatem o papel do Estado. Aqui, o leitor, poderá encontrar reunidos as análises de Fabrício Pinto Monteiro sobre a obra de Proudhon; de Felipe Corrêa sobre Bakunin; de Deivid Carneiro Ribeiro sobre Malatesta; além dos organizadores Marcos Ataides e João Gabriel sobre as obras, respectivamente, do russo Piotr Kropotkin e do francês Élisée Reclus. Além destes textos estruturantes, essa coletânea contém um Prefácio de Alexandre Samis e um texto introdutório de Rafael Saddi.

Por conseguinte, “A destruição do Leviatã: críticas anarquistas ao Estado” é mais do que um documento teórico e analítico, ele é prático e está nas mãos do leitor com um objetivo renovador e atual ao discutir a função e as críticas ao Estado feito por alguns renomados anarquistas da história.

– PREFÁCIO – Alexandre Samis
– INTRODUÇÃO – Rafael Saddi
– PIERRE-JOSEPH PROUDHON: CRÍTICAS AO ESTADO E PROPOSTAS DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL – Fabrício Pinto Monteiro
– A LÓGICA DO ESTADO EM BAKUNIN – Felipe Corrêa
– DA SUA FUNÇÃO HISTÓRICA À SOCIAL: O ESTADO PARA ERRICO MALATESTA – Deivid Carneiro
– ESTADO E REPRESENTAÇÃO EM PIOTR KROPOTKIN – Marcos Augusto Marques Ataides
– O ESTADO EM ÉLISÉE RECLUS: EVOLUÇÃO, REVOLUÇÃO E ANARQUISMO – João Gabriel da Fonseca

Lançamento de “A Escola Moderna” de Ferrer y Guardia

Os companheiros e companheiras da Biblioteca Terra Livre lançarão o livro “A Escola Moderna”, de Francisco Ferrer y Guardia, um clássico da pedagogia libertária. O livro contará com o prefácio de Silvio Gallo. Segue abaixo uma apresentação do livro feita pela Biblioteca Terra Livre.

Quem quiser garantir a compra do livro em pré-venda, pode encontrar em contato pelo e-mail livrariaterralivre@gmail.com.

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INFORMAÇÕES:

Título: A ESCOLA MODERNA
Autor: FRANCISCO FERRER Y GUARDIA
Editora: BIBLIOTECA TERRA LIVRE
Idioma: português
Encadernação: Brochura
Dimensão: 21 x 14 cm
Edição: 1ª
Ano de Lançamento: Setembro 2014
Número de páginas: 160
ISBN 978-85-60945-88-7
Preço: R$

APRESENTAÇÃO:

A Biblioteca Terra Livre há muitos anos vem se dedicando à difusão das teorias e experiências anarquistas em educação, tanto pelo resgate histórico, como pela prática cotidiana de uma educação livre. Boa parte de nossa atuação é, sem dúvida, inspirada nas propostas e ações de Francisco Ferrer y Guardia. O projeto da Escola Moderna é, para nós, uma espécie de lanterna que ilumina, com sua incandescência rebelde, as trevas em que vivemos atualmente.

A educação orientada pelos interesses da classe dominante e regulada pelas leis do Estado, ontem e hoje, segue sendo a grande castradora da liberdade das crianças. Contra isso muitos se insurgiram: alguns denunciaram tal liberticídio e levantaram suas vozes e cérebros contra essa terrível realidade; outros foram além, arregaçaram as mangas e se colocaram em marcha, criando novas escolas. Ferrer y Guardia foi um dos que optou pela ação direta e viu seu sonho concretizado. Em sua escola as relações entre mestres e estudantes eram baseadas no apoio mútuo e os novos conhecimentos partiam de uma percepção anarquista do mundo e da natureza.

A Escola Moderna de Barcelona, fundada em 1901, mesmo contando com poucas crianças, teve sua pedagogia racionalista-libertária multiplicada e semeada ao redor do mundo em alguns anos, inspirando a fundação de mais de uma centena de novas escolas. Seu impacto é visível e perceptível até hoje tanto nos meios libertários como nos meios universitários que não cansam de estudá-la como exemplo máximo do sucesso de uma educação livre e libertadora dos preconceitos religiosos e estatais. Essa irradiação atravessou o Atlântico e chegou ao Brasil e aqui fincou raízes sólidas plantadas pelas mãos de militantes que dedicaram, assim como Ferrer, suas vidas à educação e formação de uma nova humanidade.

O Estado espanhol, em conluio com a “santa” igreja, assassinou Ferrer em 1909, mas seu sonho não tombou com seu corpo, reverberou e hoje, nós, da Biblioteca Terra Livre, ainda escutamos suas palavras e nos inspiramos em suas ações. Cada vez mais acreditamos que é importante difundir o pensamento de Ferrer e a educação colocada em prática em Barcelona, construída com o apoio de diversos educadores libertários, grupos anarquistas, sindicatos revolucionários e, acima de tudo, pais e mães que apostavam na construção de um mundo justo e igualitário para suas filhas e filhos.

A Escola Moderna obteve sucesso porque Ferrer, além de educador, foi um grande articulador e propagandista de suas ideias, criando uma ampla rede de contatos e abrindo diferentes frentes de atuação. A verdadeira transformação no sistema de ensino dependia da difusão e da prática de uma nova educação. Para isso Ferrer desenvolveu uma estratégia invejável: fundou a sua escola na Calle Bailén em Barcelona; estabeleceu contatos com cientistas, pensadores, pedagogos e militantes de diferentes partes do mundo e conectados a múltiplas redes – anarquistas, republicanos, sindicalistas, maçons, etc; criou a editora Publicaciones de la Escuela Moderna para fazer circular os novos materiais didáticos utilizados em sala de aula, tanto por estudantes como por professores; publicou periódicos sobre a pedagogia racionalista e o cotidiano da escola, ganhando assinantes e angariando apoio político e financeiro. O projeto da Escola Moderna ancorava-se sobre o tripé: escola, editora, periódicos (revista e boletim). Tudo isso sem perder a relação com os meios mais progressistas à sua época e o envolvimento com o sindicalismo revolucionário catalão.

Ferrer buscou aplicar seus princípios integralmente. Ele acreditava que a educação devia ser voltada para as crianças, pais, mães e para toda a sociedade, pois a atuação política de cada indivíduo acontece, principalmente, para além dos muros da escola. Compreender a importância da luta, levada adiante em várias frentes, abrindo sempre novas trincheiras para se avançar na constituição de um pensamento político-pedagógico libertário foi, talvez, uma das grandes qualidades do projeto da Escola Moderna.

A Escola Moderna não foi somente uma “experiência”, foi a fundação da escola científica, racional e libertária que desejamos. Ela é possível ainda hoje como o foi outrora. É por isso que desde 2010 a Biblioteca Terra Livre mantém o Grupo de Estudos “Anarquismo e Educação” e, recentemente, fundou o Laboratório de Educação Anarquista (LEA). Há anos temos estudado a vida e a obra de Ferrer e a cada outubro realizamos eventos em memória ao seu brutal assassinato, sempre com o intuito de fazer presente e atual seu pensamento entre educadores, professores e estudantes.

Pensando em amplificar as palavras de Ferrer e fazer chegá-las a um maior número de leitores decidimos publicar sua essencial obra póstuma. Depois de 105 anos de sua morte esse livro, finalmente, ganhou sua merecida tradução e edição em português. Com muito orgulho cumprimos nosso dever.

Para a edição brasileira de “A Escola Moderna” traduzimos o belíssimo prefácio original de Anselmo Lorenzo, anarquista espanhol, amigo de Ferrer e grande impulsionador da Escola Moderna e convidamos o professor Sílvio Gallo, que há tantos anos vem estudando e difundindo a pedagogia libertária no Brasil, para escrever uma introdução refletindo sobre a atualidade do pensamento de Ferrer y Guardia. Contamos também com a colaboração do companheiro Vitor Ciosaki que produziu uma linda ilustração exclusiva para a capa do livro, inspirada na obra de Ferrer.

Esperamos que estas palavras lhes inspirem a semear novos grãos em solo árido com a esperança de alcançarmos definitivamente nosso sonho: a Humanidade Livre numa Terra Livre!

Biblioteca Terra Livre
Agosto de 2014